domingo, 30 de janeiro de 2011

Trenzinho de Caconde no Lata Velha

Oi gnt!
O nosso post de hoje vai tratar de uma causa nobre: a reforma do trenzinho de Caconde.
Estamos tentando mandá-lo para o quadro Lata Velha do Caldeirão do Huck.
Pra quem não conhece a história, vale dar uma olhadinha!
No dia 9 de junho de 1942, nascia um autêntico apaixonado por carro. Paixão herdada de família, já que seu pai era motorista de ônibus. Desde cedo, José Antônio Semensato, mais conhecido como Zezinho do Trenzinho, vive entre automóveis. Seu primeiro emprego, numa oficina mecânica aos 9 anos, era cuidando das máquinas, pintando, lixando, retocando e convivendo com o que faria parte da sua vida toda. De reparador, passou a ser condutor de veículos automotores. Trabalhou por cerca de 20 anos como motorista de ônibus. Se já era íntimo dos dispositivos internos responsáveis pelo funcionamento dos carros, iria se tornar igualmente familiarizado com as vias que riscavam os sertões de São Paulo e das Gerais. Porém, acometido por um problema cardíaco, teve de afastar-se do volante. Isso foi há 29 anos. O homem, intimamente ligado ao universo das quatro rodas, viu- se distanciado não só do ofício que tinha como paixão, como também se surpreendeu sem meios para manter o sustento da esposa e dos filhos.
Comovido com a questão e sabedor do fascínio de Zezinho pelo universo automobilístico, o tio cedeu um trator e uma carreta para ajudá-lo. Quem vive ou viveu no interior, sabe do magnetismo que os tratores exercem sobre as crianças do campo. Muitas delas adoram acompanhar os pais nas tarefas domésticas de fazendas e sítios, sentados sobre aqueles veículos. Foi daí que Zezinho resolveu aliar seus conhecimentos e necessidades aos anseios da criançada: inicialmente, acoplou a carreta à máquina ganhada pelo tio para carregar os guris. Logo a composição ganhou novos “vagões” e o modesto trator começou a ganhar ares de uma simpática mini-locomotiva. Nascia, assim, o “Trenzinho da Alegria”, que fez com que Zezinho se tornasse conhecido entre os cidadãos da recôndita Caconde. Os domingos na Praça da Matriz da cidade jamais seriam os mesmos. À agitação da meninada em torno da sorveteria, do pipoqueiro e da fonte luminosa, somou-se a fila ansiosa dos próximos “passageiros” do trem. A estratégia foi bem-sucedida, a ponto de atuar como único meio de subsistência da família. O trenzinho chegou a realizar até cerimônias de casamento.
Os quatro filhos(Regina Mara, Ronaldo, Cristina e José Renato Semensato) contribuíam para o andamento do negócio. Enquanto um ajudava na limpeza, os outros se encarregavam do embarque e desembarque das crianças e da cobrança da tarifa, equivalente a cerca de um real nos dias de hoje. Com o passar do tempo, Zezinho foi descobrindo outra paixão além das máquinas: as crianças. Como muitas delas não podiam pagar para se divertir no passeio do “Trenzinho da Alegria”, Zezinho começou a oferecer um dia da semana para o trenzinho rodar sem cobrar nada. Eram inúmeros passeios com crianças carentes de escolas, creches e orfanatos de Caconde. O envolvimento dele com a garotada era tanto, que Zezinho acabou por conhecer no trenzinho uma criança que conquistou especialmente seu coração: o garoto Adriano, que acabou sendo adotado por ele e hoje tem 28 anos.
Mas essa história comovente caminha para um final nada feliz. Hoje, aos 68 anos, José Antônio não pode mais ser Zezinho do Trenzinho. Após uma série de problemas de saúde e financeiros, e com o passar dos anos, a vida do homem do trenzinho tomou um rumo bem diferente. A máquina foi impedida de circular. Mesmo assim, Seu José não perdeu a paixão pelas máquinas. Trabalha num ferro-velho, reformando e remontando peças de automóveis já sem uso. Continua fazendo o que gosta, mais teve que esquecer o outro hobby que era carregar a molecada. O trenzinho está parado, velho, não conservou as mesmas funções de seus tempos de locomotiva da alegria. Seu Zezinho ainda cuida dele com zelo, como se fosse alguém da família. Para ele, o trenzinho é muito mais que um automóvel.
A reforma do “Trenzinho da Alegria” representa para este homem a realização de um sonho, distante no seu caso, devido à péssimas condições físicas e econômicas. Mais do que isso, a possibilidade do trenzinho nas ruas significa a volta no brilho do olhar de milhares de crianças que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a magia da locomotiva da alegria, dos seus passeios dominicais pelos pontos turísticos da cidade de Caconde. A população da cidade aguarda ansiosa para ser escolhida pela equipe do Lata Velha, e espera que com a ajuda do Caldeirão do Huck, possa resgatar a alegria no coração de um verdadeiro apaixonado por carros.



Bom, é isso! Conto com a torcida de vocês!

Esse vídeo mostra o passeio do Dia da Crianças do ano passado, pouco antes do trenzinho parar.

5 comentários:

  1. este trenzinho faz parte da minha infancia e de quando estava no primario, todo ano no dia das crianças a gente passeava pela cidade!!!!Resumido, merece

    ResponderExcluir
  2. A alegria de nossa cidade... quem nunca andoo nele em???... lembro cmomo se foce hoje nossa alegria .... e esperamos q faça alegria de muitas crianças da nossa cidade ainda... por isso estou aqui... torcendo para que isso aconteça posso e poder farei o possivel ... tenho certeza que seri uma das primeiras pessoas a anda na nossa alegria de criança...

    ResponderExcluir
  3. COM CERTEZA ,MEU DEUS ME LEMBRO COMO SE FOSSE HOJE DESSE TRENZINHO , FEZ PARTE DA MINHA INFANCIA TBM , CAOCNDE VC VAI TER O TRENZINHO NO LATA VELHA EU TORÇO PRA QUE ISSO ACONTEÇAAAAA.

    ResponderExcluir
  4. merece! todos na torcida!

    ResponderExcluir
  5. Nossa que saudade que dá, parece que foi ontem que eu andava nesse trenzinho...e vai ser muito legal poder ver o Trenzinho do Zezinho no Lata Velha, estou em Melbourne-Austrália e torcendo para ver esse momento...S-)

    ResponderExcluir