domingo, 23 de janeiro de 2011

O Solista


Esse comentário sobre o filme abaixo tem quase um ano e estava postado no blog de uma amiga querida. Resolvi reuní-lo ao único texto que tenho publicado, na tentativa de reativar este blog. Boa leitura!


O Solista (The Soloist), 2009, dirigido por Joe Wright (o mesmo de Pride and Prejudice, 2005 e Atonement, 2007) é um drama baseado na obra homônima do jornalista Steve Lopez.

O filme narra a história real do músico Nathaniel Ayer, vivido por Jammie Foxx e do jornalista Steve Lopez, interpretado brilhantemente por Robert Downey Jr.

O drama começa quando Steve Lopez, colunista do jornal Los Angeles Times, busca uma história interessante para contar aos seus leitores. Sutilmente pressionado pela editora do jornal- sua ex-mulher Mary Weston, interpretada por Catherine Keener- Lopez continua à procura de uma narrativa envolvente.

Casualmente se encontra com um músico de rua e se depara com ele novamente ao passar dirigindo por um túnel e ser atraído por uma sinfonia incomum ao local. Na tentativa de estabelecer um contato com o músico, Lopez não consegue muita coisa além de frases soltas e sem sentido.

Em uma dessas conversas Nathaniel Ayer diz ter sido aluno da escola de música Julliard (um dos maiores e mais respeitados conservatórios musicais do mundo). Ao checar essas informações, Lopez descobre que Ayer realmente foi estudante do famoso conservatório.

Intrigado com o fato de um prodígio musical como Ayers estar nas ruas, Lopez se envolve na história do músico e passa a escrever sobre ele nas suas colunas.

A grande sacada do filme é que em busca de material para seu trabalho, o jornalista se envolve muito com o personagem e passa a procurar maneiras de ajudá-lo. Desse envolvimento nasce uma grande amizade.

Ayer é esquizofrênico -aficcionado em Beethoven, diga-se de passagem- e uma pessoa muito difícil de lidar e esse fato gera uma série de conflitos entre eles que nos faz refletir qual o limite entre a sanidade e a loucura. Cheio de problemas causados por um casamento mal resolvido e um péssimo relacionamento com o filho, Lopez passa a enxergar as coisas com a mesma simplicidade que Ayers e aprende muitas coisas com ele. (Não vou contar tudo pra não perder a graça!)

O filme me rendeu momentos emocionantes, sobretudo pela atuação fantástica de Downey Jr, que continua brilhante em Sherlock Holmes, 2009.

O Solista saiu de cartaz recentemente, mas vale a pena ser assistido. Com uma trama envolvente, um roteiro bem amarrado e um “sentimentalismo” sutil, sem as apelações emocionais habituais dos filmes hollywoodianos de ultimamente, a obra merecia, com certeza, ter pelo menos concorrido ao Oscar.

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